Venda de húmus

Dentro de uma linha bem diversificada de produtos gerados pela minhocultura, como as iscas para pescaria, as matrizes precursoras de um minhocário, a farinha de minhocas e as minhocas desidratadas como suplemento protéico na dieta de animais domésticos, o húmus de minhocas é o principal e mais comum resultado da atividade. Sempre quando se diz a alguém que está se empreendendo na minhocultura, a pergunta rebatida prontamente é: "— você vai vender húmus?"

Expressivamente rentável como os demais produtos, o húmus de minhocas é o mais vendável, especialmente se forem considerados alguns critérios na embalagem e na comercialização.

1 - Embalagens

Pesos

O dimensionamento das embalagens do húmus de minhocas deve ser definido em função das possibilidades de carregamento e da finalidade de uso. Se o produto for destinado a pessoas que cultivam plantas em casa, comercializado em supermercados, por exemplo, as embalagens devem ser menores, com pesos sugeridos de 2kg e 5kg. Neste caso, o enfardamento de pequenos grupos destas embalagens menores é recomendável porque facilita o transporte e o empilhamento. Entretanto, se o húmus for vendido em floriculturas ou descarregado diretamente em projetos paisagísticos e em cultivos orgânicos, por exemplo, o produto deve ser embalado e fornecido em sacos maiores. Neste caso, o peso de 25kg é o ideal porque pode ser carregado por uma pessoa com esforço moderado, pode ser embalado em sacos fabricados com espessura mediana e se constitui num divisor que dá quocientes exatos em divisões mais comuns nas negociações: uma encomenda de 1000 kg de húmus é formada por 40 sacos exatos do produto.

Cor

As embalagens devem sempre ser opacas para se evitar a incidência luminosa no conteúdo e a proliferação de algas verdes favorável num ambiente tipicamente úmido que alteraria a qualidade nutritiva do adubo e o aspecto visual do produto. Ainda se não houvesse a formação deste limo, a condensação produz gotículas na face interna das embalagens, impossibilitando a visualização do húmus se fosse acondicionado em sacos plásticos transparentes.

Espessura

Mesmo que encareça os custos de produção, os sacos plásticos devem ser espessos para evitar que se furem, gerando ônus nas trocas e desconforto aos lojistas e consumidores com a ruptura da embalagem. Além disto, embalagens mais resistentes asseguram estoques mais prolongados: a desidratação do húmus decorrente de furos nas embalagens desfavorece a manutenção da vida do produto e o desqualifica.

Rótulos

As embalagens devem ser bem apresentadas com rótulos bonitos, chamativos e estampados, preferencialmente, com motivos florais e vegetais.

O rótulo deve conter a descrição do produto, a técnica de minhocultura através da qual o húmus é obtido, os benefícios que proporciona o adubo orgânico às plantas, as dicas e recomendações de uso em plantios novos e já formados.

A identidade do húmus com uma logomarca e as informações relativas à procedência, os dados empresariais legais do minhocultor e os contatos, como endereço, telefone, e-mail e website, devem ser incluídas no rótulo do produto.

A validade do produto, convencionalmente estabelecida em dois anos após a colheita deve ser também incluída no rótulo, embora a qualidade do produto pouco se altere após este prazo se as condições de conservação forem asseguradas. A validade pode ser indicada por duas marcações opcionais num canto do rótulo, marcando o mês e o ano em que expiraria o prazo de dois anos.

A codificação em barras é recomendável se o produto for escoado em lojas que dispõem da conferência e identificação automatizada, como as lojas de supermercados. O minhocultor deve recorrer à GS1 Brasil, Associação Brasileira de Automação, através do website gs1.org para obter seu cadastro e se tornar apto a incluir e utilizar o código de barras no rótulo do húmus de minhocas.

A inclusão da análise laboratorial do húmus de minhocas é desnecessária porque, na maioria das vezes, o consumidor final não tem conhecimento do padrão de qualidade nutricional e é incapaz de avaliar a qualidade do produto através da composição química. A fidelização do cliente com uma determinada marca de húmus será estabelecida com os bons resultados práticos na adubação de suas plantas.

2 - Preço

A definição do preço do húmus de minhocas deve ser respaldada nos custos próprios de cada minhocultura, principalmente relacionados com a mão-de-obra e a matéria-prima, nos preços de produtos concorrentes, na lucratividade que se queira obter no empreendimento e na demanda pelo adubo na região em que se pretende comercializá-lo. Na região Sul e Sudeste do Brasil, por exemplo, a tonelada do húmus vendido em sacos de 25kg custa R$700,00. Se o húmus for negociado em sacos menores de 2kg e 5kg , no entanto, o preço do quilo do produto pode se triplicar.

3 - Ingrediente de formulações

Além de puro, o húmus de minhocas pode ser vendido como ingrediente na formulação de outros tipos de substratos para jardinagem, como a terra vegetal, terra para gramado e substratos para samambaias, avencas, rendas e orquídeas. Aliás, a terra vegetal, uma mistura que pode conter a terça parte em volume de húmus, tem demanda três vezes maior, embora seja um pouco mais barata: é uma forma indireta de se comercializar o principal produto da minhocultura.

Além de uma estampa bonita e chamativa, o rótulo do húmus de minhocas deve conter a logomarca que o identifique, os dados empresariais do minhocultor, a descrição do produto, a técnica de minhocultura através da qual é obtido, as dicas de uso, a validade e o código de barras.

Um expositor é indicado para apresentar as embalagens menores de húmus de minhocas em lojas de supermercados, floriculturas e casas agropecuárias. O mesmo display pode comportar outros tipos de substratos que contêm o húmus na formulação, como a terra vegetal, por exemplo.

As embalagens maiores são indicadas para a comercialização do húmus para adubação de jardins, de hortas e de cultivos orgânicos. No peso de 25kg, o saco pode ser carregado por uma pessoa sem muito esforço, o saco plástico não precisa ser tão espesso e dá quocientes exatos em divisões mais comuns.

As embalagens menores de húmus devem ser agrupadas em fardos de cerca de vinte e cinco quilos para serem melhor preservadas, transportadas e empilhadas. Quando envolvidos por filme plástico, os fardos ganham a facilidade do transporte, do carregamento e da descarga.

A embalagem do húmus de minhocas deve ser espessa para impedir rupturas, precisa ser opaca para se evitar a proliferação de algas, que preferem ambientes claros e úmidos, e pode ter alças para ser carregada com facilidade, eximindo às loja das despesas com sacolas plásticas.