Os deslocamentos das minhocas no solo são definidos por fatores que lhe trazem o favor da sobrevida, sejam de ordem repulsiva ou atrativa. Por exemplo: quando removida do substrato em que vive, uma minhoca tenta se esconder rapidamente debaixo de uma pedra ou de uma folha para evitar o risco a sua vida. Células fotorreceptoras concentradas no dorso de seu corpo e receptores nervosos mecânicos distribuídos por todo o corpo denunciam a exposição que a deixa vulnerável à desidratação do tegumento, imprescindível à respiração, ao dano dos raios ultra-violeta e à possibilidade de estar sendo espreitada por um predador. O comando, então, é para se sentir com o corpo envolvido por algo, se esconder e se proteger destes perigos.
Outro entre numerosos estímulos que regem o deslocamento da minhoca é a disponibilidade de oxigênio, indispensável a sua sobrevivência. Logo depois de uma chuva torrencial, por exemplo, a água pluvial ocupa imediatamente as porosidades ocupadas pelas minhocas, onde perde o oxigênio dissolvido em poucas horas: o ar é substituído por água desoxigenada, lhes provocando asfixia. Sob o rigor desta hostilidade, o geotropismo negativo, ou seja, o direcionamento em sentido oposto ao da terra, é instintivo. As minhocas sobem à superfície do solo em busca de oxigênio, em busca da vida, e somente cessam a subida ao se depararem com algum tipo de refúgio temporário.
No cativeiro, não é raro encontrar minhocas escondidas em telhados e por sobre o plástico de estufas que cobrem minhocários, como também, na natureza, aparecerem em fendas de troncos, nas axilas de folhas de palmeiras e de bromélias nascidas de partes mais elevadas de uma árvore.
Afrânio Augusto Guimarães - zootecnista / MINHOBOX.
Resposta certa: sim.
Ganhadora: Thaina Bessa.