Basicamente, a matéria-prima que supre o minhocário é constituída pelos restos do preparo do alimento dos animais, principalmente cascas de frutas, pela poda do mato do parque e pelas fezes dos bichos. Dentro do próprio Minhotúnel e ao lado dele, os resíduos são organizados em leiras para serem convertidos em substrato para as minhocas. A calda viva, um tipo de solução com microrganismos e nutrientes, aviva e ajuda nesta transformação.
A localização do minhocário é estratégica para a logística de funcionamento do parque. O criatório foi implantado logo atrás da cozinha, onde são gerados diariamente os restos de preparação dos alimentos, e bem próximo dos recintos dos animais: o minhocário é um dos atrativos do zoológico e faz parte da rota de visitação para que as pessoas conheçam a produção de suplemento protéico através da destinação ecológica dada ao lixo.
O recurso de proteção contra a ação predatória de tatus, muito numerosos na região, foi a instalação de cerca elétrica rente ao solo, em ambas as extremidades do Minhotúnel. O anteparo, que é móvel e flexível, é removido sempre nos períodos em que há manejo do minhocário. Com a entrada impedida dos tatus, se evitam as avarias aos colchões e, sobretudo, o desfalque de minhocas.
O colchão que aloja a colônia-reprodutora com minhocas da espécie gigante-africana (Eudrilus eugeniae) sempre recebe três ninhos dispostos no centro de cada um de seus terços. Trata-se de receptáculos plásticos com a função de incrementar a reprodução onde as minhocas concentram as cópulas e a deposição de casulos. Ao final de cada ciclo, os ninhos são despejados no colchão de incubação e levados para o novo colchão de reprodução.
O zootecnista da Minhobox de deslocou ao jardim zoológico para implantar o minhocário e repassar a tecnologia Minhobed de produção prioritária de minhocas. Na oportunidade, explicou ao zootecnista e ao gerente do parque o tratamento da matéria-prima, o manejo dos colchões, o controle zootécnico através do aplicativo e por plaquetas, a transferência da colônia-reprodutora e dos filhotes, a colheita das minhocas e do húmus.
Seja alojando a colônia-reprodutora, os casulos em incubação e os filhotes em desenvolvimento, os colchões ficam permanentemente fechados durante toda as etapas, exceto na reidratação do ninho, uma vez por semana. Nos primeiros ciclos, os colchões são abertos pelo minhocultor para que se familiarize com as transformações do substrato, a geração de casulos e o crescimento dos filhotes.
O minhocário é uma Unidade de Produção de Minhocas do sistema horizontal de minhocultura industrial em colchões, o Minhobed. Ocupando o espaço de trinta e seis metros quadrados, a UPM com seis colchões consome dois metros cúbicos de substrato mensalmente, utiliza um sexto da mão-de-obra mensal de um único funcionário e produz, todo mês, cinquenta quilos de minhocas e uma tonelada de húmus.
Num mesmo dia da semana, o colchão que aloja a colônia-reprodutora é aberto para que os ninhos sejam reidratados. Com o auxílio de uma pisseta, a zootecnista do parque reidrata o miolo absorvente dos três ninhos do colchão, aumentando a umidade do interior deles e favorecendo a permanência das minhocas. Está uma prática rotineira para manter a eficácia dos ninhos e assegurar os índices elevados de reprodução das minhocas.
Os colchões foram dispostos no Minhotúnel segundo a setorização do minhocário e o seu manejo. Encostados numa das laterais da instalação, o colchão com a colônia-reprodutora fica sempre ao lado do colchão de incubação. O espaço longitudinal entre os colchões permite o trânsito de carrinho de mão e o abastecimento deles pelas laterais, ao passo que o espaço transversal entre eles possibilita a abertura dos colchões pela traseira deles.