A propriedade em que se instalou o minhocário fica no perímetro urbano de Juiz de Fora, MG, num condomínio bem arborizado com mata secundária preservada. Além dos resíduos orgânicos gerados na própria residência, da poda de árvores e da varredura do jardim, o minhocultor recorrerá ao esterco bovino fresco produzido em pequenos currais do entorno para completar o suprimento de matéria-prima do minhocário.
A umidade do substrato de oitenta por cento foi ajustada antes de encher as caixas. O material esparramado num piso pavimentado recebeu uma rega d'água e foi revolvido até se atingir a umidade suficiente e uniforme. Na falta de um higrômetro, um balde graduado e uma balança simples servem bem para se aferir a umidade: uma amostra de dezoito litros do substrato na umidade correta deve pesar quinze quilos.
Na visita técnica de implantação, o zootecnista da Minhobox, Afrânio Augusto Guimarães, esteve no local orientando a inoculação intervalada das colônias que permite o máximo aproveitamento das caixas e a distribuição dos serviços ao longo do mês. Na oportunidade, o técnico escolheu o melhor local disponível para abrigar o criatório, sob um beiral da casa, onde ficaria protegido contra a chuva e a incidência solar direta.
O substrato preparado, depois de devidamente revolvido e umedecido, foi colocado dentro da caixa com o auxílio de uma pazinha, distribuído uniformemente no interior do recipiente, sem compactá-lo, até se atingir a metade de seu volume. Evitou-se de deixar cair substrato dentro do respiradouro para mantê-lo desobstruído e poder desempenhar seu papel de oxigenar o miolo vertical do substrato.
O conteúdo da bolsa contendo a colônia e um tipo de substrato para transporte foi despejado dentro da caixa cheia até a metade. Mantendo a caixa destampada, depois de pouco tempo, afugentadas pela claridade e atraídas pela umidade superior do substrato da caixa, as minhocas deixaram o material em que estavam acondicionadas. Depois da transferência das minhocas, a caixa foi completada com mais substrato e tampada.
As transformações no substrato decorrentes da humificação pelas minhocas são evidentes. Ao ingerirem um substrato constituído por grânulos com diâmetro médio de dois centímetros e gerarem fezes compostas por partículas bem finas, as minhocas reduzem a altura do substrato. Considera-se que a colônia humificadora possui quantidade de minhocas para consumir todo o substrato e transformá-lo em húmus puro durante os vinte e cinco dias.
As minhocas consomem preferencialmente o substrato de cima para baixo, o transformam completamente em húmus e, no final do processo, ficam concentradas no extrato inferior da caixa. Daí, a caixa é suspensa pelas alças superiores para se desprender do fundo e é levada para cima de outra caixa abastecida com substrato novo. Atraídas pelo novo ambiente, as minhocas deixam a caixa humificada em cinco dias.
O minhocário é composto por três UPH's (Unidade de Produção de Húmus) do sistema de minhocultura vertical em caixas, que consomem quinhentos e quarenta litros de substrato e produzem duzentos e setenta quilos de húmus todo mês. Os serviços despendidos com este criatório se resumem somente no preparo da matéria-prima, na sobreposição de caixas e na colheita do húmus a cada cinco dias.
Pelo computador, celular ou qualquer outro dispositivo móvel, o minhocultor tem acesso a um aplicativo para se informar sobre as datas em que deve agir e sobre como deve proceder: aponta, por exemplo, quando deve fazer a passagem das minhocas de uma caixa humificada para uma caixa receptora abastecida de substrato novo, como também indica em quais caixas e o dia correto para a colheita do húmus.