CARACTERIZAÇÃO
DE ÁCIDOS HÚMICOS DE VERMICOMPOSTO, POR ANÁLISE TERMOGRAVIMÉTRICA, ATRAVÉS
DE TÉCNICAS DE RECONHECIMENTO DE PADRÕES
Carla Regina Guimarães Brighenti1 (PG); Reinaldo Francisco Teófilo2 (IC) Efraim Lázaro Reis2 (PQ) e Alexandre Santos Pimenta3 (PQ) 1Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) - Barbacena/MG 2Departamento de Química – Universidade Federal de Viçosa 3Departamento de Engenharia Florestal
- Universidade Federal de Viçosa palavras-chave: ácido húmico; vermicomposto; termogravimetria Vários
estudos são realizados para caracterizar ácidos húmicos. Tal caracterização
geralmente é feita com base nos dados de pH, umidade, análise elementar,
acidez e métodos espectroscópicos no UV-Visível e Infravermelho. Mas,
são bastante escassos os estudos sobre acompanhamento de características
de ácidos húmicos durante a maturação de vermicomposto através de análise
termogravimétrica.Na análise individual de cada variável perde-se as
informações da variância total dos dados e de como essas variáveis se
intercorrelacionam. Métodos estatísticos multivariados, análise das
componentes principais (PCA), como exemplo, consideram a correlação
entre essas variáveis permitindo a extração de uma quantidade maior
de informações.
OBJETIVO O
objetivo deste trabalho foi avaliar as possíveis alterações dos termogramas
de amostras de ácidos húmicos (AH) obtidos nas diferentes etapas de
vermicompostagem de esterco bovino, produzidos em sistema de minhocultura
verticalizada em caixas (MINHOBOX®), através da aplicação
de métodos quimiométricos de reconhecimento de padrões.
MATERIAIS E MÉTODOS Foram
coletadas amostras de diferentes etapas da vermicompostagem em 3 leiras(S,
T e Q). As amostras foram submetidas à extração de acordo com o procedimento
padrão da IHSS (“International Humic Substances Society”) e liofilizadas.
As medidas termogravimétricas foram realizadas em uma termobalança SHIMADZU,
modelo TGA-50 em atmosfera dinâmica de N2 (150 mL min-1)
a uma taxa de aquecimento de 10 oC min-1
e temperatura final de 1000 oC, utilizando amostras com granulometria
entre 325 a 400 mesh, em cadinho de platina.
RESULTADOS Para
ácidos húmicos é comum utilizar a razão da perda de massa versus temperatura
(curva TG) onde se observa dois picos principais. O primeiro em baixa
temperatura (cerca de 280 oC) e o outro em temperatura mais
elevada (> 400 oC). Ocorre primeiramente a eliminação
de grupos funcionais e decomposição dos núcleos aromáticos em temperatura
superior .Às vezes é vantajoso poder comparar um termograma com sua
1ª derivada, como na figura 01. A região no termograma a
280 oC é suficientemente clara, mas não seria possível
localizar precisamente o ombro a 400 oC sem a curva
derivada. A 1a etapa é atribuída à decomposição de celulose
e a 2a etapa, ligada à decomposição de celulose + lignina.
Figura 01 - Curva TG/DTG, em atmosfera de N2
, cadinho de platina, 10 oC min-1
A
PCA foi aplicada utilizando-se uma matriz de 2920 (valores de temperatura)
x 18 (amostras). O modelo de componentes principais (CP) com duas variáveis
explicou 99,98% da variância dos dados originais (figura 02).
Figura 02- Gráfico da componente principal 1 versus
componente principal 2.
CONCLUSÕES
Considerando-se
que os grupos funcionais e cadeias alifáticas decompõem-se em torno
de 300 oC e que os núcleos aromáticos decompõem-se em temperaturas superiores
a 400 oC, conclui-se que os AH das amostras finais apresentam estruturas
mais complexas do que amostras menos maturadas. Pelo método das CP,
observa-se a separação do conjunto original de dados, após o auto-escalonamento,
em oito grupos. Os resultados obtidos utilizando-se termogravimetria
foram promissores e demonstram a utilidade desta no acompanhamento do
processo de humificação.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS |